O setor de edtechs também terá mais destaque, de acordo com a consultoria Sejunta, que sublinha a importância do planejamento das escolas para acompanhar mudanças.
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O que hoje é tomado como algo corriqueiro, um dia, foi um avanço tecnológico. Uma lousa e um pincel já foram grandes invenções. Da mesma forma que o mundo muda, a sala de aula – online ou presencial – também não para um momento sequer. Entre muitas inovações, a tecnologia é uma grande aliada de alunos e professores, aprimorando a forma como a educação é conduzida. O estudo “Futuro dos Empregos”, do Fórum Econômico Mundial, aponta que inteligência emocional, criatividade e solução de problemas complexos são habilidades essenciais para os profissionais do futuro.
Trazendo esse debate para o eixo educacional, nota-se que escolas mais vanguardistas estão apostando em metodologias ativas, nas quais os alunos aprendem usando projetos, trabalhando em equipe e com o emprego de recursos digitais. As instituições de ensino, por sua vez, estimulam o sistema de tentativa e erro, reforçando a importância da autonomia do educando.
De acordo com Guilherme Camargo, CEO e fundador da consultoria Sejunta, 2023 será testemunha de alguns comportamentos em implementação. “Dentre as principais tendências, dado o contexto, destacam-se três: desenvolver os estudantes globalmente, considerando diferentes habilidades e com o uso de metodologias ativas; preparar os diferentes ambientes para que a colaboração, trabalho em equipe e métodos ativos sejam bem implementados; e o desenvolvimento profissional continuado dos educadores para que possam desenvolver as duas primeiras tendências e também crescer a partir disso. Tudo isso ainda levando em consideração a criatividade, a programação e o pensamento computacional (solução de problemas complexos) em seu plano de aula de maneira inclusiva para com todos os estudantes”, destaca.
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Entretanto, Camargo pondera que essas três tendências esbarram em alguns gargalos vividos diariamente pelo setor educacional, como os investimentos em tecnologias educacionais, a implementação desses recursos, a agenda de desenvolvimento profissional continuado para educadores ao longo do ano, a gestão sobre o projeto de tecnologia e também a análise dos indicadores de sucesso. “Todos estes pontos devem ser estimulados e pensados para alcançar um único objetivo maior: criar uma cultura de uso de tecnologia na instituição”, acrescenta.
Mudanças no radar
Para o fundador da Sejunta, o “tropeço” mais comum ao adotar tecnologias é o de não planejar. “O navio mais rápido do mundo, sem uma boa equipe e sem destino, estará sempre à deriva. Ou seja, não basta apenas investir em novas tecnologias e imaginar que isso será o suficiente para inovar e melhorar os processos de ensino e aprendizagem. Este é o maior equívoco: pressupor que uma nova cultura de inovação e uso de tecnologias vai surgir imediatamente e sem planejamento”.
Considerando o contexto brasileiro, a Sejunta, após inúmeras consultorias e ações de apoio às escolas, vem fornecendo insumos e ferramentas administrativas para que a tecnologia passa a fazer parte de uma cultura organizacional. “Percebemos que a necessidade de mudar é urgente, especialmente no que diz respeito a redesenhar os currículos para preparar melhor os estudantes para o futuro. No entanto, vemos que poucas instituições de ensino no Brasil fazem isso com um planejamento robusto, de longo prazo, com gestão de indicadores ao longo do tempo”, ressalta Guilherme Camargo.
Instituições de ensino que ainda não começaram a planejar o currículo escolar integrado com tecnologias educacionais e o uso de metodologias ativas tendem a enfrentar dificuldades com novas matrículas, retenção e também nos principais indicadores de aprendizagem. “Além disso, essas escolas estão andando na contramão das expectativas globais de desenvolvimento dos estudantes de acordo com pesquisas, estudos internacionais e, por vezes, a própria BNCC”, acrescenta Camargo.
Edtechs em ascensão até 2030
Um estudo do CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira), em parceria com a Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil), revelou que as edtechs, empresas que utilizam tecnologia para criar soluções inovadoras para a área de educação, cresceram 26% durante a pandemia de Covid-19 – mais precisamente entre 2019 e 2021. Atualmente, é o setor de startups que mais se destaca, sendo inclusive chamado de Emerging Giants. A Sejunta avalia esse trade como uma tendência em ascensão para a próxima década.
“Vejo como muito positiva a informação sobre o crescimento de empresas no setor de tecnologia no Brasil, inclusive acredito que este segmento crescerá ainda mais e ganhará ainda mais espaço nos próximos dez anos. O mercado de educação é imenso e tem oportunidades tanto para empresas que trabalham o B2B, o B2C ou até o B2B2C (empresas que habilitam outras empresas/escolas a oferecer novos serviços para estudantes ou famílias)”, destaca.
Tecnologias e metodologias ativas: pontos favoráveis
Há benefícios práticos e imediatos no emprego das tecnologias na educação. “O uso seguro das tecnologias, quando implementado pela escola de maneira apropriada, torna todo o acesso no ambiente digital guiado e orientado, em todos os momentos, educando o estudante para tomar melhores decisões sozinho no futuro quando não estiver sob orientação”, destaca.
A escolha de tecnologias recorrentes no cotidiano gera engajamento dos estudantes com as propostas da escola e também abre espaço para o diálogo. “Para além disso, quando o público jovem utiliza esses dispositivos e conectividades na escola com a devida orientação, aprende sobre comportamentos adequados, privacidade, comportamentos inapropriados, entre outras precauções. O uso responsável traz autonomia para decidir”, pontua.
FONTE: MUNDO RH